quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

VIVÊNCIA NO MUNDO DAS GRADES

Alunos a caminho do presídio

O que significa a palavra  presídio? Para mim, presídio significava apenas um lugar onde se concentravam criminosos que não poderiam estar soltos na sociedade. Um lugar do qual eu passava longe, olhando meio torto, com um certo receio  até. 

Confesso  que permaneceria com esse olhar limitado se não fosse a experiência no Presídio Feminino de Florianópolis, vivida junto com a professora Raquel Wendelli e  colegas de turma da disciplina de Jornalismo em Impressos do Curso de Jornalismo da Unisul, no mês de novembro de 2010.

A idéia de visitar o presídio surgiu em sala de aula, e foi consolidada com a visita de Simone Shaefler, presidente do Conselho da Comunidade de Florianópolis, que realiza um trabalho de promoção das condições de vida nos presídios. Assistente social da Vara de Execuções Penais, Simone nos trouxe fragmentos da realidade vivida atrás das grades e nos orientou  a termos uma postura menos preconceituosa e ao mesmo tempo não tão inocente.

Na semana seguinte, ainda receosos, nos encaminhamos ao presídio feminino. Ao entrarmos naquele ambiente aparentemente hostil, tivemos acesso a histórias que por motivos particulares levaram suas protagonistas a um ambiente limitado, onde os minutos demoram a passar, a saudade da família é mais intensa e os sonhos são interrompidos.

 Foram duas noites valiosas que tivemos. Maior que o exercício didático realizado foi o significado da nossa visita – para os alunos e para as mulheres que ali vivem. O mais importante  foi quebrar os paradigmas que muitos de nós carregávamos antes dessa experiência. Saber que um presídio não é apenas um local ruim , mas um lugar  onde vivem mulheres que têm história, um passado não tão fácil, mas possuem o mais importante: a esperança de criar um futuro melhor.

Este Blog reúne o resultado dessa experiência. Textos, fotos trazem um pouco desse diálogo e dessa troca que certamente marcou a vida de todos nós. Que os leitores tenham a mesma alegria e a mesma compaixão com a descoberta dessas vidas enclausuradas.

Cristina Souza e Taianá Kretzer

Um comentário:

  1. ousadia



    a memória salva por uma vinha

    a porta-ponte a porta-espelho

    ( esconderijo ) ou

    [cárcere]

    descerrar a janela ( invisível à luz )

    revelar
    o estojo entre as trevas

    ( estojo dentro do estojo
    e por último o labirinto -
    e no labirinto: eu )

    a fechadura
    perdeu seu segredo
    não pode traçar a urdidura


    www.escarceunario.blogspot.com

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